Esta fase dos 3 anos é, por vezes, complicada. E, confesso, tenho uma filha já com uma personalidade muito forte, uma atitude muito vincada. Ao mesmo tempo é muito teimosa e orgulhosa. É engraçado, mas muitas vezes estas duas características andam lado a lado e de mão dada. Na teimosia sai a mim (sou muito teimosa, para o bem e para o mal. No entanto, também só teimo só quando sei que tenho plena razão no que estou a dizer) e à génese do signo do Zodíaco. Quanto ao orgulho, confesso que também já fui bastante orgulhosa, mas com o tempo consegui encontrar um meio-termo e, já consigo dar o braço a torcer e deixar cair o orgulho.
Vai daí, estas características e esta personalidade, misturadas com uma aula de Inglês em que, simplesmente, não lhe apeteceu abrir a boca, dar um pio, participar, simplesmente porque não lhe apetecia, fez o caldo entornar. Ela, esteve de castigo no Colégio, nós, em casa, tentamos chamá-la à razão. Com toda esta situação fomos brindados com uma chamada do Colégio a dar-nos feedback do que tinha acontecido. Mas a miúda é mesmo “rebelde” de teimosa e faz finca-pé. Foi de castigo para a sala dos 2 anos e, quando a foram buscar para “tirar” do castigo, preferiu, na “boa”, ficar na mesma com os 2 anos ao invés de voltar à sala dela. Confesso, que foi a primeira situação com que nos vimos deparados com os grandes desafios da parentalidade, sobretudo no que toca à parte escolar.
O que se sucede é que, ela não participava nas aulas de Inglês, estava totalmente resistente em fazê-lo mas depois chegava a casa e retratava tudo o que se passava, tim tim por tim tim, inclusive a nível das palavras que aprendeu e dizia-as num inglês quase perfeito.
A semana seguinte até à próxima aula de inglês foi um tanto ou quanto “enervante” para percebermos se o comportamento dela iria mudar. Finalmente, chegados ao dia da aula e quando lhe disse que iria ter inglês disse logo que não ia falar. Expliquei-lhe que se quisesse falava, se não quisesse não falava, mas que eu e o papá iriamos ficar muito felizes se falasse e participasse na aula. (já o tinha combinado previamente com a Educadora). Ao deixá-la no Colégio pedi que avisassem a Educadora que ela já ia numa de resistência.
Às 11 horas o meu telemóvel tocou: era do Colégio. Até tremi. Mas do outro lado, a voz mais calma e serena: “Mamã, ultrapassamos a resistência. Hoje falou e participou na aula toda!”.
Quando a fui buscar ao final do dia, fiz de conta que não sabia de nada, mas disse-me ela a fazer-me festinhas:
- Mamã, eu falei. Disse: Hello Miss Ana! Hello Monckey! Hello Class!”
Fiz-lhe uma enorme festa, disse-lhe que estava muito feliz. Que tinha feito a mamã e o papá muito felizes! Ficou felicíssima. Desde aí, desbloqueou e as coisas têm corrido bem.
Mas é duro! Foi um desafio ultrapassado mas que já chegou para tirar o sono.
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